quinta-feira, 3 de maio de 2007

Emborrachem os postes!

Até que enfim...

Era um dia frio de maio em Ribeirão Preto. 2 de maio. O dia nasceu ensolarado, mas o ventinho frio te obrigava a pegar sua blusa mais quente. E foi assim que os candidatos a futuros motoristas de categorias A e B se apresentaram no pátio de exames do Jd. Manoel Penna às 7:00h: calça, várias blusas de frio e na mão cházinho de camomila fervendo.

Não demorou muito, as auto escolas se organizaram em filas e começou a chamada. Os examinadores sentados em frente a grandes mesas, com listas e o nome de todos. "RG por favor, assine só o primeiro nome" eles diziam.

Rumo às balizas e garagens, chamada denovo, alinha-se atrás de uma corda. Ali era o limite pra quem iria, por enquanto, só assistir. Ouvia-se de tudo. Tosses eram mais comuns, mas também comentários sobre os examinadores: "esse cara é gente boa" ou "esse cara tem o prazer de reprovar todo mundo". Como se isso fizesse piores ou melhores motoristas.

Sol no rosto, frio na barriga, tremor nas pernas, entra-se no carro. "Vamos lá, treinei tanto, hoje é dia de exame!" todos pensam. E pensam também, simultaneamente, como em uma transmissão de pensamento, a seguinte sequência: "verifica ponto morto, liga o carro, retrovisores, freio de mão, embreagem, acelerador, SETA! Não esquecer da seta... primeira balisa, tudo pra direita, ponto de referência, tudo pra esquerda, bateu a roda de trás... tudo pra direita, bateu a roda da frente! duas pra esquerda, alinhar, freio de mão, desengatar, olhar examinador......" e aqui alguns ganham um "jóia" de ok, outros uma ordem pra sair do carro. Depois ainda vem a etapa do trânsito. Abaixo, as respectivas sensações:

:: Saindo do carro, depois de uma reprovação: perdido, desacreditado, decepcionado. Quer tapar os ouvidos pra não ouvir os gritos de parabéns para os aprovados. Quer cavar um buraco e entrar dentro... quer se isolar nem que por um dia. Sabe que vai sonhar com aquele erro besta toda a noite, até o próximo exame. Lembra que vai ter que desembolsar um bom dinheiro pra aulas extras e outro exame! Não quer contar pra ninguém, mas conta. Quer um abraço e uma afirmativa de que reprovar é normal, e que não se é um descordenado. Os sintomas podem variar.

:: Saindo do carro, depois de uma aprovação: eufórico, aliviado, sorrindo ser perceber, alegre, confiante e satisfeito. Estufa-se o peito ao receber os parabéns. Sente-se na Terra denovo, com os pés no chão, mas parece ainda não acreditar. Pensa-se adiante, no que vai poder fazer dali pra frente. Agora você não é mais um pedestre somente, também é um motorista. Misto de orgulho de si mesmo e alívio. Sente a adrenalina se dissolvendo, se dissipando, indo embora aos poucos. Vontade de gritar, de ligar pra mãe, pro pai, pro irmão, namorado (a) pra tia e pra cunhada da prima da vizinha! Vontade de voltar pra casa de carro/moto. Os sintomas podem variar.

Assim é um exame para motorista. Pra quem nunca tirou a CNH, parece bobeira, uma prova normal. Não é nada anormal mesmo. Mas é uma sensação única, como a de passar ou reprovar no vestibular, no concurso, etc. O medo, a confiança, o nervoso são decisivos. Significa mais uma conquista ou fracasso em nossas vidas.

E foi assim, nesse 2 de maio (meu segundo exame), que fiquei habilitada na categoria B (carro). Aguardo o exame da A (moto). Obrigado a todos que torceram e sempre torcerão. \o/

E emborrachem os postes!!!!! rsrsrs!!
Abraços!!

Pima Mi(lena)

"Nós somos o que fazemos repetidamente, a excelência não é um feito, e sim, um hábito." - Aristóteles

Um comentário:

Ju Sampaio disse...

Oi Milena,
Obrigada pela visita ao VidAcadêmica! Não sou estudante de jornalismo não, sou professora de arte e tecnologia em cursos de arte, pedagogia e comunicação social. Parabéns pelo seu blog, é muito bom!
Beijinho
Ju

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